sábado, 9 de outubro de 2010

Mensagem de Paulo Coelho

Um demônio não precisa de tempo para causar estragos — assim como as tempestades, os furacões e as avalanches, que conseguem destruir, em algumas horas, árvores que foram plantadas há duzentos anos.
Demônios chegam e partem sempre, sem que necessariamente algo seja afetado pela presença deles. Estão constantemente caminhando pelo mundo, às vezes apenas para saber o que está acontecendo, outras vezes para testar esta ou aquela alma, mas são inconstantes e mudam de alvo sem qualquer lógica, guiados apenas pelo prazer de uma batalha.
Mas o terror permanece. Os homens são virtuosos porque existe o terror, mas a sua essência é maligna, todos são seus descendentes, acredita o demônio.
Quando começa a entender seu novo universo, ele entra numa espécie de transe, e “vê” que tudo a nossa volta é uma gigantesca teia de filamentos luminosos, totalmente ligados – ou seja, tudo é uma coisa só, e parte da mesma energia. Às vezes, estes filamentos luminosos se condensam sob a forma de ovo, e isso significa que ali está a alma de um ser humano (Carlos Castaneda explica bem esta visão em seu livro “Uma estranha realidade”).
Olhando o seu próprio “ovo de luz”, o feiticeiro nota um ponto, que deve se encaixar com os filamentos luminosos capazes de conduzir a energia do poder. Esta energia, embora possa ser usada pelo feiticeiro, não pode ser manipulada – ele tem que saber conduzi-la suavemente para o seu aprendizado.  Aproximar-se deste ponto de encaixe é o trabalho mais difícil da iniciação, e exige silêncio, meditação, e perseverança.
Para que os ritos mágicos consigam passar de geração em geração, o feiticeiro (ou xamã) deve esquecer tudo aquilo que aprendeu antes de iniciar-se na magia.
Segundo a tradição, um homem ou mulher que está preso ao seu passado, termina deixando governar-se pela maneira de pensar de seus pais, ou a sociedade em que vive. Por isso, todo iniciado escolhe um novo nome, e procura livrar-se de lembranças, boas ou más.
Para poder abandonar a história que viveu, o feiticeiro passa meses seguidos recordando, nos menores detalhes, cada um dos eventos de sua vida.
Algumas tradições pedem que ele fique horas a fio contando em voz alta, para um copo cheio de água, tudo que aconteceu em cada encontro com cada pessoa; assim, a experiência sai da memória e vai para a água – que em seguida é atirada em um rio. Desta maneira, a cabeça fica “vazia”, e pode começar a ser preenchia com novas coisas.
Uma vez livre de seus pensamentos antigos, o feiticeiro concentra-se no silêncio interior, e espera que os espíritos comecem a contar a verdadeira história do universo.
Este silêncio, junto com a ausência de lembranças passadas, dá ao feiticeiro a sensação de liberdade total para entender um novo mundo.
Uma das muitas lendas conta que o apóstolo Tiago vai até a província romana de Hispania, levar o evangelho. Mais tarde, retorna a Jerusalém, onde é decapitado.
Dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, colocam seus restos mortais em um barco sem leme, e partem em direção ao mar revolto, sendo guiados apenas pelas correntes marítimas. Terminam dando no mesmo local onde antes Tiago estivera pregando a palavra de Jesus. Os discípulos enterram seu corpo ali. O tempo passa, até que um pastor, chamado Pelayo, vê durante muitos dias
uma chuva de estrelas em um campo. Guiado por esta chuva, encontram ruínas de três tumbas – de Tiago e de seus dois discípulos. O rei Alfonso II manda erigir uma capela no local, “Campus Stellae” (Campo da Estrela), e as peregrinações começam. O nome latino vai aos poucos mudando, até transformar-se em Compostela.
O desejo profundo, o desejo mais real é aquele de aproximar-se de alguém. A partir daí, começam a ocorrer as reações, o homem e a mulher entram em jogo, mas o que acontece antes – a atração que os juntou – é impossível de explicar. É o desejo intocado, em seu estado puro.
Quando o desejo ainda está neste estado puro, homem e mulher se apaixonam pela vida, vivem cada momento com reverência, e conscientemente, sempre esperando o momento certo de celebrar a próxima bênção.
Pessoas assim não têm pressa, não precipitam os acontecimentos com ações inconscientes. Elas sabem que o inevitável se manifestará, que o verdadeiro sempre encontra uma maneira de mostrar-se. Quando chega o momento, elas não hesitam, não perdem uma oportunidade, não deixam passar nenhum momento mágico porque respeitam a importância de cada segundo.
Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam.
Geralmente estes encontros acontecem quando chegamos a um limite, quando precisamos morrer e renascer emocionalmente. Os encontros nos esperam – mas a maior parte das vezes evitamos que eles aconteçam. Entretanto, se estamos desesperados, se já não temos mais nada a perder, ou se estamos muito entusiasmados com a vida, então o desconhecido se manifesta, e nosso universo muda de rumo.
Todos sabem amar, pois já nasceram com este dom. Algumas pessoas já o praticam naturalmente bem, mas a maioria tem que reaprender, relembrar como se ama, e todos – sem exceção – precisam queimar na fogueira de suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e subidas, até conseguir enxergar o fio condutor que existe por detrás de cada novo encontro.
Ekaterinburg, Rússia: os sapatos
Logo depois da queda do sistema comunista, uma empresa belga envia à cidade russa dois representantes para ver a viabilidade de vender seus produtos.
Recebe dois relatórios diferentes:
“Aqui ninguém usa sapatos ocidentais” escreve o primeiro. “Se instalarmos uma fábrica, teremos prejuízo”.
“Aqui ninguém usa sapatos ocidentais” escreve o segundo representante. “Se instalarmos uma fábrica, lançaremos a moda e venderemos toda a produção”.
Yuri, Ucrânia
Muitas pessoas se postam na porta de entrada do Caminho, e querem selecionar quem deve entrar.
O puritano pergunta: “Por que os pecadores?”
E o moralista berra: “A prostituta quer fazer parte do banquete!”
E grita o guardião dos valores sociais: “Como perdoar a mulher adúltera se ela pecou?”
O penitente rasga suas roupas: “Por que curar um cego que só pensa em sua doença e nem sequer agradece?”
Grita o político: Por que dar a César o que é de César, e não levantar as massas contra os opressores?”
O asceta esperneia: “Deixas que a mulher derrame em teus cabelos um óleo caro. Por que não vendê-lo e comprar comida?”
Sorrindo, Jesus segura a porta aberta. E entram todos que quiserem entrar, independente da gritaria histérica.
Certa vez, um poeta disse que nenhum homem era uma ilha. Para combater o Bom Combate, precisamos de ajuda. Precisamos de amigos, e quando os amigos não estão por perto, temos que transformar a solidão em nossa principal arma. Tudo que nos cerca precisa nos ajudar a dar os passos que precisamos em direção ao nosso objetivo. Tudo tem que ser uma manifestação pessoal de nossa vontade de vencer o Bom Combate.
Sem isto, sem perceber que precisamos de todos e de tudo, seremos guerreiros arrogantes. E nossa arrogância nos derrotará no final, porque vamos estar de tal modo seguros de nós mesmos que não vamos perceber as armadilhas do campo de batalha.
Além das forças físicas que nos cercam e nos ajudam, existem basicamente duas forças espirituais ao nosso lado: um anjo e um demônio. O anjo nos protege sempre, e isto é um dom divino – não é necessário invocá-lo. A face do seu anjo está sempre visível quando você vê o mundo com os olhos belos.
O corvo roubou dos pastores um pedaço de queijo, e foi instalar-se em uma árvore para comê-lo.
Naquele momento passava uma raposa esfomeada, que pediu um pedaço, mas o corvo fez um sinal negativo com a cabeça.
Foi então que ela começou a dizer que ele tinha todas as qualidades: era sagaz, voava, tinha uma linda plumagem negra. Só tinha um defeito: não sabia cantar como os outros pássaros.
Para provar que ela estava errada, o corvo abriu a boca para cantar, e o queijo caiu no chão. Ela o pegou imediatamente, e saiu dali, dizendo: “querido amigo, esse é o preço da vaidade! Quando alguém está lhe elogiando muito, deves sempre ficar desconfiado!”
Cansado de ver sua colheita sempre sendo parcialmente destruída por aquele pequeno animal, o lavrador conseguiu capturar a raposa. Sem a menor piedade, colocou aguardente em seu corpo e ateou fogo.
Sabendo que ia morrer, ela começou a correr pelo meio da colheita, e tudo a sua volta começou a incendiar-se também. Enquanto se afastava, dizia:
- Da próxima vez, procura ser compreensivo e indulgente! É melhor sempre dar um pouco do que se tem, do que querer guardar tudo! Sempre que fazemos o mal, ele termina se voltando contra nós mesmos!
Paulo Coelho
origem: G1.

Vasco da gama deixa escapar mais uma vitoria no final.

O time do vasco da gama começou muito bem, dominando o jogo o tempo todo. Mas como sempre acontece com o vasco da gama, no finalzinho do jogo não consegue administra a vitória e sede o empate mais uma vez. Deixando a sua torcida mais uma vez irritada. O que não se pode explicar é essa queda de rendimento que aconteceao time do vasco, sempre no final de cada jogo toma pressão do adiversárioe acaba por tomar gols. Em jogos que avitória perece certa, o vasco só empata, quando não perde de virada. O vasco que era o time da virado, agora é que deixa virar pra cima dele mesmo. Sou vascaino e estou muito triste vom a situação do vasco, que não consegue uma sequencia de vitórias para dar mais confiança a sua torcida.